segunda-feira, 5 de setembro de 2011

LOUCURA E DRAMA: A DOSE CERTA DO PERDÃO


Nota introdutória: O que aqui se lê é uma esquete.

Todo mundo tem o direito assegurado por si mesmo, de errar.
Todo mundo tem o direito de receber  a dose certa de perdão.
Pois em muitos casos, não é hora de ser perdoado.
È tempo de sofrer a dor da espada encravada da justiça;
E o fato do seu coração estar arrasado, não vai livrar a sua pena.
Mesmo que não fique entre grades materiais
Terá pra sempre que enfrentar a prisão do seu passado.
Porque em muitos casos não é tempo de ser perdoado.
É tempo de justiça.
Assim, que esta fase passa, se acaso não for reprovado,
Vem o tempo do coração ainda arrasado, mas o tempo do perdão
O primeiro deles, e o incorreto
È buscar perdão nos outros.
Mas a sabedoria, depois de muita dor,
E de portas fechadas, traz o perdão, perdoar a si mesmo
Que é o mais dificil, pois é o último estágio.
E pra chegar lá, tem que ter subido muitos degraus
E pra ter enxergado esta escada então?
Quantas vezes subir e descer, cair voltar,
E pra se manter neste degrau? Ainda mais cruel
Pois nada te garente que estando aqui, não poderá voltar.
Sozinho, sem ninguém pra te ajudar a subir de novo
Sem ninguém puder lhe dar um óculo e dizer
Veja a escada aqui tão perto
Ou quando na lama, jogar um balde de água limpa
Ou quando muito longe da realidade, um binóculo da verdade.
Porque todo ser humano tem o direito de ser perdoado.
E todo ser humano mesmo que lhe ofenda, tem o direito assegurado pela natureza: de pecar.
De errar
Eu sou a soma de todos os medos, a causa ultima e finita de toda a verdade que se mostra
Nua e crua: Eu sou humano, cheio de defeitos
Mas o pior de todos, eu sou poeta, e louco.

Parte I

Tem como essa vida ser melhor? O que está errado? Nada! Eu estou exatamente onde queria estar! Filhos lindos, um marido que me ama...um juiz com alma de poeta! Que mulher não gostaria de ser como eu? Magra, educada, inteligente...falta um silicone mas o Alberto, o Dr. Alberto sabe..o meu marido, diz que prefere assim, quem sou eu pra dizer algo?

Ando pras ruas, de comprar em compras, e tenho o escudo de que não sou burra
Sai de salão em salão, mas em casa quando o Alberto chega, sou um poço de douçura;
Estou linda, pronta pra dar o carinho que ele merece.
Seu stress, aqui estou, de lindas novas lingirie
Mesmo que ele com todo o seu excesso de trabalho, dinheiro no bolso, chegeu cansado eu não dou o braço a torcer não deixo ele procurar um terapeuta
Eu sou a terapia do meu marido: Sexual......quando procura-me a ferro e fogo
E sou quem deixa a banheira com rosas quando ele procura amor.

Aí...
As vezes eu tropeço.
Ando na rua e aquele desafortunado, me faz tropeçar com os olhos
Eu tropeço
O problema que as vezes na Tv, eu vejo
E tropeço

O problema que no meu regresso
Dos dias em que volto na cidade ver a minha mãe
Eu tropeço em cada olhar
E assim sinto pesar
(Pega a caixa)
E o fardo vem, e sinto pesar
Quem vai ajudar carregar?
Ninguém.
Os olhos dizem: Como, como pode, mas ela?
Ela...E quando duvidam, eu já não sei mais como se despir do fardo
Eu sento e aceito o peso
Não tento carregar, eu paro exatamente aonde ele quer..
Fico ali, e aceito a tempestade que vem chegando
È meu passado que vem acusando
Agora ..nã existe Alberto
Não posso ver o bebe no berço
Não tem salão
Não tem meus cursos...não tem nada
Tem o fardo...
Por onde vc quer que eu comece?
Se me acusa, eu aceito
Eu não fujo
Essas palavras que me vem não  posso com um murro calar.
Eu não posso empurrar pra longe o maldito que profere palavras imundas.
È meu passado

Ta bom!Está feliz
Você é mais um daqueles que prefere ver a minha insanidade, a minha desgraça
Por que se não, não seria vc humano
Vc é invejoso, é podre
Eu fui podre
Eu fui...
Mas agora volto a ser...
Essa fardo que não deixa esquecer
Talvez a solução seja entrar na caixa
E mergulhar nas palavras que a matéria morta do papelão tem pra dizer
Fale tudo o que quiser não tem como, não suportar
Pois é verdade tudo o que ele diz
Eu já vivi.
Eu fiz o que fiz.
E deixar o passado falar, é a melhor forma de encontrar novas ideias
Pra um novo texto o que vc acha?
Deixe entãooo o passado gritar
Por onde vc quer que eu comece...
Não tem escapatória...
Já vestiu em mim
Não desamarra
Vamos pelo inicio
De comovim pro mundo

Minha mãe foi daquelas parideiras de primeira
Quando sentiu o nono mês e minha cabeça cutucando por baixo
Agachou e de cocar plaft
Me jogo no mundo

Eu já tinha ouvido muita coisa la dentro daquela caverna
Mas achava q um dia sairia dali
E realmente o feto fato veio
E tinha algo pior que a caverna o rosto dela

De todos os tapas que ela me dava no rosto quando não sei o que eu fazia no seio dela
Mordia sei la..um bebe tão incoveniente
O primeiro dia, me trouxe espanto
Sai da vagina daquela mulher, e não pude ficar entre os porcos
Por que ali naquela quitanda de cidade pequena, o vizinho açougueiro
Não podia aceitar a sujeira que faria se os porcos estraçalhassem meu corpo
Imagine a sujeira
Então fikei numa caixa,
Como esta
Como quem rasga um bife
Ela cortou o cordão
E la eu esperei

Sempre, desde a caverna soube calar
E sempre achei uma trilha sonora

A do nascimento escuta essa:

No dia em que eu apareci no mundo
Juntou uma porção de vagabundo
Da orgia
De noite tinha samba e batucada

Ow e como tinha batucada
Minha mãe dando pra todo mundo
Eu não sabia se era festa do bairro ou festa de família
Pois todos os rostos eram tão familiares
As vezes até os bandido da vila me confundiam e me obrigavam a chamar de pai
E me batiam quando ela dizia
Gregóriooooo essa não é Aninha....Sai de perto...Essa é filha de João!
E eu levava o tapa, sempre no rosto
Por isso tenho essas cara pálida
Te tantos tapas o sangue não corre mais.
E de canto eu via o samba correndo
Era o que tinha de bom ali.........

A musica adormecia qualquer dor
E me fazia sentir um beslicão no peito
Que coçava, era meu coração
Mas não sabia do nome não
Era o beliscão no peito

Engraçada que um dia minha mãe
Parou de ir no samba juntou os muleques pequenos em casa
Os que ainda eram de peito
Mandou embora os que já podia pedir na rua
Que traficassem as meninas que se prostituíssem
Porque minha mãe sempre ensinou
Que o pau seja a ordem na selva
E que as chanas dêem prazem, mas que seja por grana

Eu não sabia de nada
O Juvenal foi morar lá em casa
E ela disse: filha este tenho quase certeza é seu pai, só pode ser tem pés tortos como o seu
O juvenal sempre dava um jeito de arrumar uns bico na roça
Minha mãe parou com os programa, e até saímos do papelão
Agora nossa casa de chão batido
Tinha até um teto
E um cachorro amarrado na corda
Este luxo todo so podia ser o esforço do juvenal, e da minha mãe
Que orgulho tinha deles
A gente parecia aquelas famílias da Tv
Felizes, completo
Era muito difícil o Juvenal espancar minha mãe
As crianças ganhavam tanta comida na rua
Vivam trazendo trocado
Mas eu como cuidava da casa, da roupa, pouca q tinha
Com a minha inteligência de fazer sabão
Sabia fazer uma sopa de farelo de mandioca
Que durava um mês
Era só não por tempeiro
Mas um dia no meu aniversário de 8 anos
O juvenal, nem minha mãe nem meus irmãos
Sabiam de nada,
Mas eu lembrava
Ouvi um dia a moça do conselho tutelar falar o dia que eu nasci
Eu sempre soube que aquele seria pra sempre meu aniversário
E naquela tarde de agosto
Minha mãe demorou pra chegar da roça
E o juvenal me puxou pelos cabelos
Me levou no fundo da casa e disse que se eu abrisse a boca
Me estoraria os dentes e enfiava a faca por baixo
Rançou minha roupa
E numa to fraterno como um pai
Me fez de filha mulher
Eu fiz um escândalo silencioso
Quando abri  a boca seca
E senti o sexo dele
Vi que a urina de homem tem o mesmo cheiro da urina da mulher
Mas não conhecia o gosto

AAAAAAAAAAAa esse é o primeiro fardo
Esse é o mais pesado
Eu não consigo sair daki
Eu me perco
Eu me perco

Agora vem o segundo
Eu não vou impedir que venha
Porque depois de sentir o gosto da urina dos homens
Ficou tudo mais fácil

Fui pra cidade
Cansei de lavar roupa e fugir do Juvenal
Ele começou com umas ideias de introduzir objetos que doíam de mais
Eu cansei de lavar roupa
E fui pra cidade
Que vida boa,
Quando não saiam férias em baixo
Eu arrumava um troco
Não tinha pra ninguém eu conseguia pagar tudo o que precisasse
Eu podia comer alem do arroz, o feijão.

Mas tinha dias que aquele lugar do peito que beliscava
Agora saltava pela boca com um gosto amargo
Era um féu
E vinha na minha cabeça sempre a mesma imagem da mãe, do pai, da família
E doía e como doía
Quando doía assim podia saber
Eu não conseguia dinheiro nenhum
Ficava la no beco com a mulecada cherando cola
A que lembraça da cola...quanto vomito vazio
Depois da cola o peito continuava apenas ardendo
Ajuda muito
Ai veio o pó
Por que doía o peito e eu tinha que trabalhar
Mas depois do pó veio a pedra
E da pedra...
Eu me perdi agora
Nem lembrava de peito que doía
Não lembrava das dores que o juvenal me fez um dia sentir
Do gosto da urina de nada
Da fome, da sujeira dos lugares que dormia
Eu robava relógio de menina burra
Rondava pelas faculdades
E era bolsa, notebook, celular
Não precisava dar pra ninguém
Pq afinal até de fazer xixi já doía

Mas ai um dia não deu pra carregar mais meu corpo
Eu ali caí ali fiquei
E acordei no hospital toda rasgada, furada
Eu não sei o que aconteceu
Veio um cara de branco e me deixo aki
A confusão da minha cabeça se acalmava com a dor no corpo

Veio o Miguel, e lavou meu corpo
Foi tirando a terra das unhas
Me lavando e quando doía me dava remedio
Eu dormi num colchão
Numa cama limpa